sábado, 15 de setembro de 2012

Politicagem, Política e responsabilidade cristã.


“Ouvi agora isto, vós chefes da casa de Jacó, e vós governantes da casa de Israel, que abominais a justiça e perverteis tudo o que é direito” (Mq 3.9)

Há algum tempo, alguns leitores, alunos da escola dominical e alunos de teologia básica vêm me pedindo para me pronunciar sobre a política partidária, em questões como: Em quem devemos votar? Vivemos em uma democracia? É certo o cristão fazer parte da política partidária? Há esperança na política? Tentarei responder estas e outras questões neste artigo, mas a priori, lembro a vocês, ninguém é obrigado a concordar comigo, porém estarei respaldando as respostas segundo a Palavra.

Primeiro tema que dialogicamente será debatido é a democracia. Será que ela existe no Brasil? A eleição brasileira é processo democrático? A forma que a eleição é conduzida pelo TSE é justa? Inicialmente, sinto informar-lhes que a maior propaganda veiculada entre os meios midiáticos, “Eleições no Brasil, um exemplo da democracia para o mundo!” é uma grande balela. Primeiro porque a escolha é obrigatória, você, mesmo que seja para anular o voto é obrigado a ir votar, segundo, o processo de escolha é tendencioso, um grande exemplo é que o financiamento das campanhas políticas são efetuadas por empresários, para se ter uma democracia, devia se tolher toda e qualquer forma de financiamento empresarial, promoção pessoal de político A e B, apresentação de programas de TV, a não ser que fosse do canal da sua casa de serviço (TV Câmara, TV Assembleia, TV Senado). Outro ponto, o financiamento de campanhas regulado e pago pelo TSE através da União, o horário político com tempo cronometradamente igual para cada candidato (suspensão de coligações para aumentar tempo de audiência), pois isso prejudica os candidatos mais “desprovidos”, os comícios e carreatas deveriam ser oclusos, havendo só debates por bairros (ou grupos de bairros vizinhos) quando eleição municipal, em espaços públicos, com todos os candidatos tendo a mesma oportunidade de verberar suas propostas, no fato de eleições estaduais (por grupo de municípios), no caso de presidenciável (Debate por estado) além de um debate por mês nos seis meses antecessores a eleição (uma emissora de TV aberta/mês). Punição para candidatos que fazem acometa a pessoas e não a administração. Quem quisesse ouvir as propostas de vereadores, deputados e/ou senadores, assistisse o horário eleitoral. Essas opiniões acima são pessoais, pois não há como embasá-las na Palavra já que, não se fala em política partidária na Bíblia. Só encontramos grupos políticos na Bíblia no Novo Testamento e dois destes o Senhor Jesus bateu ideologicamente contra, os famosos Saduceus (defensores do governo romano) e Fariseus (oposição ao governo romano). Estes dois grupos, não eram só religiosos, os Saduceus eram muito ricos e tinham repúdio da plebe judaica, já os fariseus além de serem mais apegados a lei mosaica (Torah), eram bem quistos pela maior parte da população israelita, por isso, no ano 70 d.C. Jerusalém é destruída, pois os fariseus unem o povo em revolta contra o Império Romano que, invade Jerusalém, destrói o templo, e mata quase todos que estavam como revoltosos na cidade. Os cristãos, nessa época fugiram, avisados por Jesus, anos antes (Lc 21.5,6).
Outra questão intrigante é que alguns dizem que “crente” deve votar só em “crente”, francamente, não vejo respaldo algum para isso, principalmente hoje, em que os candidatos evangélicos, pelo menos do RN, com raras exceções, se misturam com pessoas envolvidas em escândalos financeiros, desvio de verba, corrupção e etc. Inclusive na última operação da Polícia Federal na câmara de vereadores de Natal, só um vereador evangélico, dos 5 que tínhamos, não estava envolvido no esquema de propina dada por empresários da construção  civil. Dos 22 vereadores, menos de 25% foram absolvidos ou nem precisaram ser investigados. Isso é uma vergonha! E pelo o que tenho acompanhado através de relatos, Brasil a fora, daqueles que trazem alguma informação é que, em seus estados, não é diferente. A Bíblia diz que devemos ser santos em tudo (1 Pe 1.15) será que estes estão cumprindo? No entanto, todo cristão é livre para votar em quem quiser, usar o nome de Deus para se eleger, é no mínimo, devasso. Ir a TV e dizer “Eu pastor fulano de tal como homem de Deus apoio a candidatura de sicrano” é usar de má fé, se aproveitar dos incautos, um pastor que age assim é um “guia cego”.
O nosso tempo deve ser gasto na obra de Deus (Mt 6.33), enquanto temos muitos morrendo de fome e sede espiritual, tem cristão perdendo tempo com homens mentirosos e inescrupulosos, irrito-me quando vejo alguém que se diz “crente” fazendo propaganda política, pedindo voto, durante as reuniões de culto, oração, comissão de visitas, ensaios e etc. Gente vendendo seu voto por míseros R$ 20,00 e/ou por um tanque de gasolina, ou por uma dentadura, ou até por um emprego que o deixará como subserviente do homem. O governo de Jesus não é terrenal, é espiritual “Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; entretanto o meu reino não é daqui” (Jo 18.36).
A nossa esperança não é no homem que perece, por isso, dizem que ela é a última que morre, mas a nossa esperança é eterna, por quê? Porque ela sempre existiu, esta esperança é em Cristo que, é nosso Deus, esperança na sua coroa de Glória e Salvação (1 Ts 2.19), pois devemos trabalhar para sermos salvos e levar outros a salvação do nosso Deus Vivo (1 Tm 4.10) Glória a Deus!

8 comentários:

  1. O problema é sério a cada eleição mais irmãos se envolvem a fazer campanha para políticos ímpios. Aqueles que se envolvem, o fazem na tentativa de ficar conhecidos no meio político, querem com isso uma oportunidade de representar o seu povo,(dizem eles)na maioria das vezes o que acontece é a corrupção e morte espiritual para o tal político evangélico e todos que compartilham com suas idéias. Roguemos a Deus para que abram os olhos do seu povo escapem com a suas vidas.

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  2. Essa semana assisti uma entrevista com Celso Russumano, candidato a prefeito de SP, achei o perfil dele muito perecido com o descrito em suas colocações, discutiu bem as propostas e evitou comentários sobre gestões passadas e seus concorrentes, foi bem objetivo. Acho que com a evolução de um senso educacional na sociedade poderíamos ter eleições mais produtivas, porem com o modelo eleitoral atual, vivemos a merce de politicas desajustadas. Acho que quando exercemos nossa cidadania sem influencias tendenciosas, mas sim com sabedoria e conhecimento, poderemos contribuir para o ajuste politico em nossa cidade e país.

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  3. Muito bom comentário Gilmar Dayvid, precisamos de consciência e de um política menos desigual, a discrepância entre os candidatos populescos e os candidatos do meio empresarial e banqueiro nos mostra o quanto o dinheiro influencia diretamente as eleições, seja de ordem municipal, estadual e/ou federal.

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    1. A ideia de reuniões de debate nas comunidades em locais públicos, com toda segurança e organização para não virar baderna, onde a população faria seus questionamentos aos candidatos de forma democrática através de sorteiro ou outra ferramenta apropriada com a a participação de representantes das classes sociais, religiosas e trabalhadora em vez de discursos monólogos seria uma evolução considerável, visto que nas caminhadas, carreatas, comícios, horário politico e reuniões individuais, só teremos atitudes direcionadas pelos marqueteiros políticos e pelos lideres dos bastidores. Se alguém se acha capacitado a governar ou representar o povo, deve estar pronto para debater com o povo e não só entre eles mesmos. A liderança foi criada desde o inicio da humanidade para servir e nuca para mandar. Quem desfruta da liderança são os liderados e não os lideres, Paulo ressalta isso quando nos afirma que sofria pelo evangelho e pelas almas ganhas. Não deve ser diferente na liderança politica, eles devem ter em mente que se sacrificarão em favor do povo e não que isso será uma forma de enriquecerem e darem uma vida melhor para seus parentes. Gestão Publica é missão e não profissão, o nome já diz tudo, o cidadão passa a ser um "SERVIDOR PUBLICO".

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  4. É lamentável a barganha política que vemos muitos picaretas praticarem, pois não foram libertos deste mundo tenebroso.

    METANÓIA e reforma já!

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  5. Ótimo assunto prof. Érike e texto bem elaborado . Gostei muito quando você discorda que crente não deve votar em crente, sempre pensei assim por também não encontrar respaldo para isso. Concordo também com Gilmar. Pena que esses assuntos não sejam tratados com mais frequencia nas igrejas. Fica a sugestão para nossas lideranças.

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    1. Amém, Felipe, espero que tenha-o sempre com seus ótimos comentários que, não são regrados a acompanharem sempre o que penso, este blog é pessoal, por isso, é de minha inteira responsabilidade o que escrevo, não sendo necessário concordarem com tudo o que digo, mas o fato é que, a política afeta as pessoas de uma forma tão alucinante que, muitos esquecem-se que estes que pedem o voto são homens e não semi-deuses.
      Fica na paz!

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  6. A última vez que votei em alguém foi no Luis Inácio, duas vezes, ele não fez o que todos queriam, mas sua imagem ajudou a meu filho de 12 anos ter um celular e eu ter algumas coisas também.

    Hoje apenas voto nulo e espero que todos façam o mesmo como forma de dizer que não queremos a obrigatoriedade para votar. Politica pra mim é indiferente até que essa obrigação acabe. Então, política, politica nas congregações, entre outras coisas relacionadas a esse assunto não despertam meu interesse, por isso não posso opinar sobre o tema, mesmo que já tenha opinado, se é que me entende rsrsrsrs. "Faça me o favor" Teacher Eric, saiba esperar!!! rsrsrs

    Graça e paz da parte de Yeshua O Ungido!

    http://gustavooliveiraleiegraca.blogspot.com

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